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Por Redação - 25 de Novembro de 2024

Carry trade é uma estratégia comum entre investidores que buscam aproveitar as diferenças nas taxas de juros de diferentes países para obter ganhos financeiros. Esse tipo de prática é amplamente utilizado no mercado cambial.

Ele cumpre um papel fundamental no movimento das taxas de câmbio, sobretudo entre moedas de países estáveis e desenvolvidos economicamente. Vamos entender melhor como funciona essa técnica, quais são seus principais riscos e vantagens e como ela impacta as taxas de câmbio globais.

O que é Carry Trade?

O carry trade consiste em tomar emprestado capital em um país com taxa de juros baixa e investir em um país com taxa de juros mais alta. A ideia bem é simples: quem investe paga juros mais baixos no país de origem do empréstimo e recebe juros mais altos no país onde aplica o capital, obtendo, assim, um lucro na diferença dessas taxas. 

A prática é especialmente popular quando há uma diferença significativa entre as taxas de juros de duas economias, o que geralmente ocorre entre países desenvolvidos e emergentes.

Esse tipo de operação é comum, por exemplo, com o iene japonês (JPY) e o dólar australiano (AUD). Tradicionalmente, o Japão mantém uma política de taxas de juros muito baixas, que facilita tomar empréstimos em iene. O investidor, então, converte os ienes em dólares australianos e investe em ativos com rendimentos mais altos na Austrália, visando a um lucro com a diferença das taxas.

Como funciona o Carry Trade no mercado cambial

Para entendermos melhor como o carry trade impacta o mercado de câmbio, é necessário investigar a relação entre oferta e demanda das moedas. 

Quando os investidores pegam empréstimos em uma moeda de juros baixos e convertem em outra de juros altos, ocorre um aumento da oferta da moeda de juros baixos e uma demanda maior pela moeda de juros altos, ou seja, esse movimento pressiona as taxas de câmbio, fazendo com que a moeda de juros baixos seja desvalorizada e a moeda de juros altos, valorizada.

Por exemplo, quando há um volume alto de operações de carry trade com o iene japonês, a pressão para vender ienes aumenta, o que causa uma desvalorização dessa moeda em relação ao dólar australiano (ou qualquer outra moeda de destino). 

Essa dinâmica pode ser observada em diversos pares de moedas, e o impacto no câmbio pode ser significativo quando essa prática se torna significativamente adotada por investidores institucionais.

Para entender melhor sobre como se dá o processo de câmbio, consulte este guia que explica alguns dos documentos mais importantes usados nessas operações.

Como ele influencia a taxa de juros

As operações de carry trade também influenciam as taxas de juros globais. A movimentação exagerada de capital de uma moeda para outra pode afetar o mercado de títulos e os juros no país de destino.

Em países com alta taxa de juros, a entrada de capital estrangeiro em busca de rendimentos elevados pode estabilizar ou até mesmo reduzir essas taxas. Isso ocorre em razão de uma maior demanda por ativos com bons rendimentos, que acaba aumentando o preço desses ativos e reduzindo a taxa de retorno.

Essa dinâmica foi observada em vários países emergentes, onde o carry trade ajudou a estabilizar ou reduzir taxas de juros locais. Quando, no entanto, existem mudanças bruscas nas políticas de juros, como aumentos ou cortes repentinos, o efeito pode ser oposto, e o capital estrangeiro pode sair rapidamente, o que pode ocasionar um aumento nas taxas de juros para reequilibrar o mercado.

Riscos e vantagens

A prática de carry trade pode oferecer altos retornos, mas também envolve riscos significativos. Entre os principais riscos estão:

  • Risco cambial: Um dos maiores riscos do carry trade é a volatilidade das moedas. Se o valor da moeda na qual o investidor tomou o empréstimo aumenta repentinamente, ele pode enfrentar perdas substanciais ao tentar converter novamente o capital.
  • Mudança nas taxas de juros: Mudanças inesperadas nas taxas de juros também representam um grande risco. Por exemplo, se o Banco Central do país de origem do empréstimo decide aumentar as taxas de juros, o custo do empréstimo se torna mais alto, o que pode diminuir ou até mesmo eliminar os lucros do carry trade.
  • Risco de liquidez: Em momentos de instabilidade financeira global, como crises econômicas, o investidor pode enfrentar dificuldades para liquidar suas posições no mercado e sair da operação de carry trade.

Em contrapartida, as vantagens incluem:

  •  Possibilidade de altos retornos: Para investidores experientes, o carry trade pode ser uma forma de obter ganhos significativos, especialmente quando há uma disparidade considerável nas taxas de juros.
  • Diversificação de investimentos: Essa estratégia permite também diversificar investimentos em diferentes moedas e mercados, o que pode ser extremamente vantajoso em momentos de baixa nas taxas de juros de outros ativos.

O carry trade é particularmente atraente em períodos de estabilidade econômica, já que as flutuações cambiais são menos prováveis. No entanto, essa estabilidade nem sempre é garantida e a avaliação constante do mercado é essencial.

Exemplos de operações

Para entender melhor como funciona o carry trade, vejamos alguns exemplos:

  • Carry trade entre Japão e Austrália: Como mencionado anteriormente, o Japão possui uma das taxas de juros mais baixas do mundo, enquanto a Austrália, historicamente, possui taxas mais elevadas. Um investidor pode pegar um empréstimo em ienes japoneses, convertê-lo em dólares australianos e investir em títulos do governo australiano, para aproveitar a diferença de rendimento.
  • Carry trade com dólar americano e países emergentes: Durante os períodos em que o Federal Reserve (Fed) manteve uma taxa de juros baixa, muitos investidores americanos tomaram empréstimos em dólares e investiram em mercados emergentes como Brasil e México. Com a alta demanda por moedas desses países, suas taxas de câmbio ficaram sob pressão, levando à valorização do dólar americano.
  • Carry trade com euro: Em períodos de taxas de juros baixas na zona do euro, investidores europeus também adotaram o carry trade com moedas de economias emergentes, como o real brasileiro. Essa espécie de operação foi comumente executada durante a década de 2010, quando o Banco Central Europeu (BCE) manteve taxas muito baixas.

Esses exemplos mostram como o carry trade pode gerar lucros substanciais, mas também revelam os riscos envolvidos, principalmente em momentos de alta inconstância. Para investidores que desejam explorar oportunidades de carry trade, é essencial contar com uma corretora experiente em operações de câmbio e investimentos, além do acesso aos melhores mercados. 

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Em resumo, o carry trade é uma estratégia fortemente utilizada por investidores que buscam obter lucros na área do mercado de câmbio e em títulos internacionais. Embora tenha potencial para altos retornos, essa técnica também envolve riscos significativos, sobretudo em momentos de volatilidade ou mudanças nas políticas de juros. 

Se você está considerando explorar as diversas oportunidades de carry trade, é importante conhecer todos os detalhes dessa estratégia, entender seus riscos e vantagens e contar com uma corretora confiável.

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