Para quem está começando a investir, o mercado financeiro pode parecer confuso. São muitas siglas, muitas informações novas e, considerando que estamos falando de dinheiro, há um nível de seriedade ainda maior envolvido. Por isso, cada vez mais pessoas têm buscado informações sobre o assunto para entrar no mercado – e o número só cresce.
No início do ano, a B3, a principal bolsa de valores do Brasil, divulgou seu mais recente relatório sobre o comportamento dos investidores pessoa física. Como tem sido observado em anos anteriores, o número de investidores continua a aumentar significativamente. Em dezembro de 2022, havia 17,2 milhões de pessoas operando na bolsa; um ano depois, esse número aumentou para 19,1 milhões, representando um crescimento de 11%.
Na realidade, tornar-se um investidor não precisa ser tão complicado – mas toda ajuda nesse momento é bem-vinda. É por isso que preparamos este artigo para ajudá-lo a entender como entrar no mercado financeiro e atravessar o “caminho das pedras”. Confira!
Antes de começar a fazer investimentos, é necessário que você descubra qual é o seu perfil de investidor. Ele permite que você avalie sua disposição para lidar com a volatilidade do mercado e o potencial de perda de capital. De maneira geral, existem três perfis de investimento:
• Conservador: em geral este é o perfil do investidor iniciante, que ainda não entende muito sobre o mercado financeiro e, por isso, não se sente confortável assumindo riscos. Neste caso, o investimento em renda fixa costuma ser o mais recomendado;
• Moderado: tolera algum risco, mas ainda prefere ativos mais seguros. Para esse perfil, é comum que os investimentos sejam divididos entre renda fixa e renda variável;
• Arrojado ou agressivo: não tem problemas em escolher investimentos com alta volatilidade, pois acredita que, quanto maior o risco, maior a recompensa. Para investidores arrojados, o mercado de ações pode ser uma boa escolha.
Tão importante quanto saber seu perfil de investidor é determinar qual é o seu objetivo para começar a investir. Por exemplo, se o que você quer é ter uma reserva de emergência, uma poupança ou investimentos em CDB podem ser o caminho a seguir. Porém, se você está planejando sua aposentadoria, pode ser melhor investir no Tesouro Direto ou em fundos de investimento.
Definir a quantia que você vai investir também é essencial, porque alguns tipos de investimento permitem que você comece investindo a partir de R$ 1, como a poupança, mas outros têm um valor mínimo maior, como a bolsa de valores. Além disso, caso você tenha uma quantia maior para investir, o ideal é fazer uma diversificação de investimentos para ter mais garantia de retorno.
Uma das principais dicas sobre o mercado financeiro para quem está começando é conhecer pelo menos minimamente onde está se aventurando. O mercado financeiro é onde acontecem as negociações de produtos e ativos financeiros, como moedas, títulos, ações, dentre outros.
Também é indispensável conhecer pelo menos alguns dos principais tipos de investimento. Mas, antes de entrarmos nessas definições, vamos falar de dois termos que já foram usados aqui e talvez você não conheça: renda fixa e renda variável.
Renda fixa é o investimento que tem um indexador de rentabilidade, como a taxa Selic ou IPCA, fixo. Isso proporciona uma previsibilidade maior dos ganhos desde antes de você investir.
Já na renda variável os rendimentos são mais imprevisíveis, podendo inclusive levar à perda de dinheiro, e às vezes variam por influência de fatores externos. Por isso dissemos anteriormente que, para investidores iniciantes, que costumam ser mais conservadores, o investimento em renda fixa é mais indicado.
Agora que você já conhece esses dois conceitos tão essenciais, vamos a alguns dos principais tipos de investimento para investidores iniciantes:
• Investimento de renda fixa, simples e de fácil acesso;
• Sem cobrança de tarifas ou taxas para abertura ou manutenção;
• Não há incidência de tributos sobre o valor aplicado;
• Resgate facilitado e instantâneo do dinheiro aplicado;
• Rentabilidade creditada apenas uma vez por mês, no “aniversário” do investimento;
• Conta com proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o que assegura que haverá pagamento do valor aplicado na caderneta, desde que seja até R$ 250 mil;
• Oferece, hoje, a pior rentabilidade do mercado;
• Rendimentos isentos de Imposto de Renda.
• Investimento de renda fixa, com baixo risco e boa rentabilidade;
• São títulos emitidos por instituições bancárias para financiar suas atividades;
• Em troca, você recebe uma taxa de rentabilidade que é definida no momento do investimento;
• Também é protegido pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC);
• Rentabilidade creditada diariamente;
• Tem sido mais rentável que a poupança, com bancos oferecendo, de maneira geral, a partir de 100% do CDI;
• Os rendimentos não são isentos de Imposto de Renda — tributação de 15% a 22,5%.
• Título do Tesouro Direto funciona como um empréstimo para o governo;
• Permite aplicações a partir de R$ 30;
• Oferece liquidez diária;
• Existem três tipos de títulos no Tesouro Direto: prefixados, pós-fixados e híbridos;
• Com títulos prefixados, você sabe no momento que faz o investimento o valor que receberá de volta, desde que faça o resgate no seu vencimento;
• Com títulos pós-fixados, você sabe os critérios de remuneração, mas não o valor que receberá de volta, pois o indexador pode variar;
• Com títulos híbridos, parte da remuneração é definida no momento do investimento e o restante é atrelado à variação da inflação;
• Há uma cobrança semestral da taxa de custódia, que equivale a 0,25% ao ano sobre o valor investido, para quem investe a partir de R$ 10 mil no Tesouro Selic;
• Pode haver também uma cobrança anual de taxa de administração;
• Há tributação de 22,5% sobre o lucro obtido em aplicações de até 180 dias, depois disso o percentual começa a cair;
• O Imposto de Renda é retido na fonte;
• Compras e resgates devem ser realizados apenas em dias úteis, entre as 09h30 e as 18h.
Existem vários outros tipos de investimento, como os fundos de investimento e o mercado de ações. Mas essas podem ser opções mais interessantes para você diversificar sua carteira de investimentos mais para a frente, quando estiver familiarizado com o mercado financeiro.
Agora que você está começando a pensar em investir, que tal conhecer também um pouco sobre investimento direto no exterior?