Advanced Blog

Transição energética: proposta visa a atrair investimentos para o País

Written by Redação | 27/set/2023 16:00:00

O Brasil se prepara para dar mais um passo crucial em direção a um futuro sustentável. Após pautas como o arcabouço fiscal e a reforma tributária, um novo marco está prestes a ser estabelecido na agenda nacional: o Plano de Transição Energética e Ecológica.

Mais do que uma escolha, a iniciativa é uma necessidade premente – e não é por acaso que a busca por soluções sustentáveis e a redução dos impactos ambientais têm se tornado prioridades globais. No contexto brasileiro, a transição energética emerge como um tema central, ganhando destaque com a proposta a ser apresentada pelo governo no fim de agosto, durante a Cúpula do Brics, em Johannesburgo, na África do Sul.

Com a proposta de transição energética e ecológica, o Brasil pretende atrair investimentos significativos para impulsionar a economia verde nacional. Confira este artigo e saiba mais!

Saiba o que é e qual a importância de investir em transição energética

Imperativo global diante da interconexão entre as dinâmicas econômicas, climáticas e tecnológicas, a transição energética consiste em um processo de reconfiguração da matriz energética mundial e estabelece um novo paradigma de desenvolvimento, orientado pela sustentabilidade, inovações tecnológicas e eficiência na alocação de recursos energéticos.

Assim, a transição energética representa um compromisso fundamental com o desenvolvimento sustentável e a preservação do planeta. Com a crescente urgência de enfrentar os impactos das mudanças climáticas, a redução ágil e imediata das emissões de gases de efeito estufa (GEE) emerge como um elemento crucial.

Uma das vias promissoras para essa transição reside nos biocombustíveis. Além de proporcionarem uma redução mais acelerada das emissões de GEE, esses combustíveis renováveis oferecem uma oportunidade tangível para impulsionar a mudança sustentável. Entretanto, é indispensável que essa transição seja pautada por um planejamento criterioso. Cada passo deve ser avaliado minuciosamente para mitigar riscos como a escassez de energia e flutuações de preço.

A abordagem da transição energética também encontra eco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU. Ao aspirar por uma vida saudável, acesso universal à energia, cidades sustentáveis e medidas concretas contra a mudança climática, a transição energética se alinha com um panorama mais amplo de avanço socioeconômico.

A implementação de tais medidas pode resultar em uma regressão nas emissões globais de GEE a partir de 2050. Essa trajetória, impulsionada pelo uso intensivo de energias renováveis e tecnologias de captura e armazenamento de CO2, é um divisor de águas na busca por um futuro sustentável.

Para cumprir as metas do Acordo de Paris e limitar o aumento da temperatura global a 2°C até 2030, a diversificação do portfólio energético é imperativa. O aproveitamento sustentável de bioenergia, a preservação das florestas e a ampliação de fontes renováveis, como energia eólica, fotovoltaica e biomassa, compõem a estratégia multifacetada para alcançar esse objetivo.

A transição não é um processo de transformação abrupta, mas uma mudança gradual, envolvendo esferas diversas da sociedade. A cooperação entre o governo, setor privado e sociedade civil é crucial. 

Entenda a Proposta de Transição Energética e Ecológica

O Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), apresentado pelo governo, posiciona o Brasil em um panorama de progresso econômico orientado pelos princípios do desenvolvimento sustentável. Rui Costa, ministro da Casa Civil, ressalta que o enfoque central é impulsionar o crescimento por meio da sustentabilidade.

Com uma previsão de investimento de R$ 1,7 trilhão, abrangendo todos os Estados brasileiros e o Distrito Federal, o programa conta com recursos do Orçamento-Geral da União, aporte de empresas estatais, como a Petrobras, e investimentos do setor privado.

Assim, foram estabelecidos nove Eixos de Investimento como diretrizes primordiais para a destinação dos recursos. Entre eles, o eixo de Transição e Segurança Energética assume um papel crucial e busca diversificar a matriz energética, fortalecer a soberania nacional e promover eficiência energética para alavancar o crescimento, gerar empregos e propiciar inclusão social.

Para isso, o eixo concentra-se na expansão da capacidade de energia elétrica, priorizando fontes renováveis. A meta de obter 80% do aumento de capacidade por meio de fontes ecoeficientes ressalta o compromisso com um futuro mais verde.

A proposta de transição energética e ecológica também assume destaque internacional, tendo a Cúpula do Brics como destino para a sua apresentação. O compromisso de promover a bioeconomia e a economia verde reforça a determinação de tornar o Brasil "um exemplo para o mundo e para que a gente possa dar a nossa contribuição na questão da preservação do planeta”, como afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os pilares da colaboração em biofertilizantes, criação de fundos para energia limpa e investimentos em infraestrutura ecoeficiente são exemplos concretos das prioridades elencadas pela indústria brasileira. No entanto, a proposta de maior destaque é a precificação do mercado de carbono, prevista para ser estabelecida antes da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. Esse passo inovador possui o potencial de gerar receitas estimadas em R$ 128 bilhões.

A transição energética assume um papel central nos debates atuais, especialmente após um julho histórico em termos de temperaturas elevadas e incêndios florestais no Hemisfério Norte. A adoção de incentivos por países ricos para tecnologias de transição e o ajuste de fronteira de carbono estabelecido pela Europa contribuem para enriquecer as discussões em torno dessa mudança.

No cenário global, o investimento em energia limpa já se consolida como uma realidade em expansão. Segundo a BloombergNEF, os investimentos em transição energética atingiram US$ 1,1 trilhão em 2022, impulsionando a construção de parques eólicos e solares, redes de carregamento de veículos elétricos e outras infraestruturas sustentáveis.

No entanto, a Bloomberg estima que o valor envolvido em transações com energia limpa possa ser ainda maior, chegando a US$ 2,56 trilhões, ou 2,6% do PIB global.

Para se manter informado sobre o cenário econômico global, acompanhe o nosso blog e não perca nossas atualizações!