A taxa de câmbio fixa tem um papel importante na economia, influenciando diretamente na estabilidade econômica do país, principalmente da inflação.
Esse regime cambial tem um funcionamento diferente do câmbio flutuante e, como ele, tem suas vantagens e desafios. Entenda o que é e como funciona uma taxa de câmbio fixa, como ela é implementada e quais são os seus impactos na economia nacional e global!
Vamos começar com o mais básico: o que é taxa de câmbio? Em uma definição dada pelo Banco Central do Brasil, a taxa de câmbio é “o preço de uma moeda estrangeira medido em unidades ou frações (centavos) da moeda nacional”. Esse é um sistema que equivale moedas e demonstra quanto uma moeda custa em relação a outra. Por exemplo, uma das taxas de câmbio que mais acompanhamos é o valor do dólar dos Estados Unidos (USD) em reais (BRL).
Agora vamos ao que é a taxa de câmbio fixa: trata-se de um sistema no qual o valor de uma moeda é fixado, como o nome já indica, a outra moeda. Isso significa que a taxa de câmbio entre essas duas moedas permanece constante em vez de ser determinada por fatores como a oferta e a demanda, condições políticas, dentre outros.
Neste regime cambial, a taxa de câmbio é definida pelo governo e o Banco Central do país tem a obrigação de manter essa equivalência. Um ponto positivo da taxa de câmbio fixa na economia nacional é a previsibilidade que ela oferece, o que é particularmente vantajoso para países que buscam estabilidade econômica e controle da inflação.
Hoje, o Brasil adota o regime de câmbio flutuante. Porém, já houve, sim, a adoção da taxa de câmbio fixa no Brasil. Antes do Plano Real, o país teve quatro sistemas de determinação da taxa de câmbio, passando pelos sistemas de taxa de câmbio nominal fixa com maxidesvalorizações cambiais esporádicas, de minidesvalorizações cambiais, de taxa de câmbio com flutuação suja e de taxa de câmbio limitadamente flexível.
Agora que você já conhece a definição, vamos à explicação sobre como funciona a taxa de câmbio fixa. Para mantê-la fixa, o Banco Central precisa intervir regularmente no mercado cambial através da compra ou venda de sua própria moeda no mercado internacional em troca da moeda à qual ela está fixada para manter a taxa de câmbio desejada.
Por exemplo, se a moeda do país está valorizando demais, o Banco Central pode vender a sua moeda e comprar a moeda estrangeira para reduzir o valor da sua própria moeda. Esse processo é conhecido como intervenção cambial. Além disso, o governo pode implementar políticas monetárias e fiscais que suportam a manutenção da taxa de câmbio fixa, como o gerenciamento das reservas internacionais.
A política de taxa de câmbio fixa requer que haja intervenção governamental constante para garantir que a taxa permaneça dentro dos parâmetros estabelecidos. O objetivo é criar um ambiente econômico estável, evitando flutuações excessivas que geralmente prejudicam a economia do país. Os governos de países que adotam a taxa de câmbio fixa precisam monitorar continuamente o mercado cambial e estar preparados para tomar medidas rápidas e decisivas para corrigir quaisquer desequilíbrios que possam surgir.
A adoção de uma taxa de câmbio fixa oferece tanto benefícios, que influenciam positivamente a economia de um país, quanto desvantagens. Aqui vamos falar sobre algumas das principais vantagens associadas à política de taxa de câmbio fixa:
Uma das principais vantagens da taxa de câmbio fixa é a estabilidade econômica que ela proporciona. Essa estabilidade é particularmente importante para economias emergentes, nas quais a volatilidade cambial pode ter um impacto desproporcionalmente negativo.
Mantendo a taxa de câmbio fixa, o governo consegue garantir a proteção de suas exportações contra uma flutuação muito grande da equivalência entre moedas. E, pensando mais no micro, em um ambiente em que as taxas são fixas, você consegue, por exemplo, prever com mais precisão os custos de uma remessa internacional ou um investimento em outro país.
Um dos principais benefícios da taxa de câmbio fixa é que ela ajuda a controlar a inflação do país, pois, com a moeda nacional ancorada a uma moeda mais estável, os preços para importações e exportações se mantêm estáveis.
Outra vantagem desse regime cambial é a facilitação do comércio internacional. Com uma taxa de câmbio fixa, os contratos comerciais são mais simples de ser negociados, pois as partes envolvidas não precisam se preocupar com flutuações cambiais que possam afetar os preços acordados. Além disso, ela dá uma maior sensação de segurança, pois reduz os riscos associados ao comércio internacional, o que pode incentivar um maior volume de transações comerciais entre países.
Apesar das vantagens, a taxa de câmbio fixa também tem seus desafios e limitações. Um deles é que a manutenção da taxa fixa pode ser custosa, exigindo grandes reservas de moeda estrangeira. Se isso não for feito, o país entra em déficit comercial, o que provavelmente levaria ao aumento dos preços de importação e à inflação. Outra possível consequência desse sistema é a supervalorização da moeda nacional, o que levaria ao aumento de importações e à diminuição de exportações.
Além disso, a taxa de câmbio fixa limita a capacidade do governo de responder a crises econômicas externas e internas, já que a política monetária deve ser focada em manter a taxa de câmbio. Em tempos de crise, a manutenção da taxa de câmbio fixa pode se tornar insustentável, forçando o governo a adotar medidas drásticas, como a desvalorização da moeda.
A escolha do regime cambial adequado depende de diversos fatores econômicos e políticos. Como você percebeu, a taxa de câmbio fixa é benéfica para países que buscam estabilidade e controle da inflação, mas exige uma gestão cuidadosa e recursos consideráveis. Se quiser saber mais sobre como as taxas de câmbio impactam a economia global, leia também o nosso artigo sobre o papel do câmbio comercial na economia global.
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